HISTÓRIA
Parada
Situada
num dos extremos do concelho, a uma altitude média de 800 metros e confinando
com o concelho da Guarda, a freguesia de Parada dista 28km da vila de Almeida e
a cerca de 4 da estação de caminho-de-ferro da Cerdeira. O seu Centro Histórico
é de relevante interesse, destacando-se o Largo da Igreja com construções em
pedra, a Igreja de S. Domingos - construção barroca com campanário de período
anterior -, uma pequena capela e casa da família Fernandes.
Pertence
a esta freguesia o lugar de Pailobo, local de grande riqueza paisagística.
Outro atractivo turístico desta terra é a zona do Barroco da Arbitureira.
Os
moradores da Parada ...... são habitualmente designados por
"estorninhos" visto este ser uma ave muito comum na freguesia e
devido ao facto de os habitantes possuirem uma tonalidade de pele escura em
resultado do ar austero que se faz sentir quer no inverno (quando é húmido e
cortante) quer no verão (quando é seco e escaldante);
Parada
regista um surpreendente número de barrocos (Guincho, Pera Gorda, Estaca,
Mesinha, Lapa Escura), rochedos de grandes dimensões, que os habitantes
utilizavam para se esconder dos franceses. Vivia-se a conturbada época das
invasões francesas. Os saques e as violências perpetrados pelos invasores
traziam o País aterrorizado e o medo também chegou a Parada. A ansiedade era
uma constante do quotidiano destas gentes. O período mais negro ocorreu durante
a 3.ª invasão. Ali a pouco mais de 10km de Parada, na margem esquerda do Côa,
encontravam-se acampados os soldados de Napoleão. E nessa época havia já muito
medo acumulado em resultado das anteriores invasões. Em Vilar Maior havia sido
cometido um horrendo crime na pessoa da rapariga mais linda da terra. Bem
perto, em Badamalos, esboça-se resistência passiva traduzida na expressão que
andava de boca em boca: "Massena: come, bebe e dança que a tua cabeça não
volta a França".
São
muito antigas as origens das terras que constituem esta freguesia, como atestam
as sepulturas escavadas na rocha, existentes em Pailobo, e os lagares talhados
na pedra que recuam a tempos imemoriais. Serão provavelmente dos tempos da
romanização e a própria toponímia também nos poderá conduzir àquela época
romana. Assim, o topónimo "Parada" estará relacionado com o local
onde as caravanas dos romanos faziam "parada". Não muito longe daqui,
em Miuzela, passava a via romana que atravessava a serra de Mesas e junto ao
Côa se dividia em dois ramos laterais: o da ponte de Sequeiros e o do Jardo. O
caminho mais utilizado seria o caminho do Jardo por Pailobo, Parada, Pousada e
Póvoa do Mileu com destino a Lamego ou Conímbriga. O caminho de Sequeiros
conduzia também a Parada, onde os romanos procediam à tal "parada",
para de seguida irem restabelecer em Pousada.
Arqueologicamente
notável foi o achado de uma tampa de sepultura com uma inscrição funerária em
latim que traduzida diz: "Aqui jaz Talabo, filho de Cenão". Trata-se
de uma placa de granito, de grão médio da região, em qualquer moldura, que,
pelo desbaste das arestas posteriores, encaixaria nos muretes da sepultura em
que se apoiava. O epitáfio é bastante simples, gravado com caracteres que não
apresentam sempre o mesmo módulo. Nalgumas hastes verticais notam-se ainda
alguns ápices terminais, em forma de travessões horizontais.
Em
1758 era Tenente de Cavalaria, na Praça de Almeida, Manuel Vieira, natural de
Parada, conforme nos informa o pároco de 1758 nas suas "Memórias
Paroquiais". Além de se referir as produções de terra (centeio, trigo,
cevada e vinho) e a sua situação física da freguesia (lugar sito em terra
plana), a maior parte das suas informações incidem sobre o património
religioso. Haveria a igreja dedicada a S. Domingos com três altares: o
principal, com a imagem do orago, uma pintura de S. Gonçalo de Amarante e outra
de S. Caetano; outro, com as imagens do Senhor Crucificado (milagrosa), de S.
Sebastião, do Menino Deus e de S. Bartolomeu; e o terceiro tinha uma imagem de
Nossa Senhora do Rosário e pinturas de Santa Apolónia e de Santa Catarina. O
padre falava ainda de várias capelas, entre as quais a de Santo Antão e a de
Santo António e de uma capela, ainda nova, com imagens do Senhor Jesus Cristo e
sem Altar "por causa da pobreza".
Património
Património Edificado:
- Casa abastada do Adro da Igreja – Urbana / finais do Séc. XVIII
Património Religioso:
- Igreja Matriz – Urbano / Finais do séc. XVIII / XIX (características Tardo-Barrocas)
- Campanário – Urbano / séc. XVIII / XIX (Conjectural)
- Capela de St.º António - Urbano / séc. XVIII
- Capela do Sr. do Calvário - Urbano / séc. XVIII
- Capela de St.º Antão em Pailobo - Urbano / séc. XVIII
- Calvário – Periurbano / séc. XVIII / XIX (Conjectural)
Património Arqueológico e Etnográfico:
- Sepulturas Antropomórficas cavadas na Rocha em Pailobo no sítio da Fonte Madeiro – Rural / Medieval (Conjectural)
- Tampa de Sepultura com inscrição funerária – Urbana (descontextualizada) / Período Romano
Património Natural e Lazer:
- Paisagem na zona do Barroco da Arbitureira em Pailobo
Outros Locais de Interesse Turístico
Tradições
Festas e Romarias
- Santo António (Agosto)
- S. Sebastião (Agosto)
- Festa das Roscas (25 e 26 de Dezembro)
Igreja de São Domingues - Construção barroca
Pailobo - Torre sineira
Parada - Torre do Sino
Parada Cruzeiro
Parada - Jardim da Eira
Parada no Inverno
Parada - Nossa Senhora da Boa Viagem
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